O MOMENTO FAVORÁVEL

O momento atual é altamente favorável para todos os países em termos econômicos. Isto se deve, principalmente, a três causas principais:
  1. A política econômica expansionista dos Estados Unidos, que proporcionou um aumento considerável do produto nacional naquele país, gerando uma demanda enorme pelos produtos dos demais países.
  2. A adesão da China ao regime capitalista, aumentando enormemente sua eficiência e ampliando o mercado consumidor do planeta em perto de um bilhão de pessoas.
  3. O enorme acréscimo de produtividade e, em conseqüência, da renda, provocado pela introdução de tecnologias avançadas, especialmente nas áreas da comunicação e da informação.

As duas primeiras causas ampliaram a demanda pelas commodities que o Brasil exporta, permitindo um enorme aumento nos seus preços e viabilizando um saldo comercial nunca antes obtido.
A terceira causa proporcionou um enorme crescimento na produtividade e na renda de todos os países. Representa uma nova era histórica como não se via desde o final do século XVIII. Toda mudança de era gera um salto na riqueza dos países e não está sendo diferente desta vez. Foi assim na renascença, no final do século XV, fim da idade média e início da que se convencionou chamar de moderna e que seria mais apropriadamente denominada idade colonial. O mesmo progresso ocorreu no final do século XVIII, por ocasião da revolução industrial, que iniciou a idade que se convencionou chamar de contemporânea e que seria mais apropriadamente denominada idade industrial. A entrada na idade do conhecimento e da informação está causando fenômeno idêntico.
Além das causas externas acima, que geraram enorme crescimento em todos os países, o Brasil ainda tem outros fatos que geram um ambiente favorável ao crescimento:
1. O fim da inflação, que aumentou muito a produtividade, gerou confiança nos empresários e permitiu que o governo durante algum tempo faça emissões de moeda sem causar tanta inflação em virtude do maior entesouramento que reduz a velocidade de circulação da moeda.
2. O fim, ou pelo menos diminuição, do medo do discurso radical do PT, que abriu os horizontes dos empreendedores para investir no país em áreas onde o Brasil sempre teve vantagens comparativas e não eram aproveitadas por insegurança.
Apesar disso, o Brasil ainda não aproveitou integralmente os benefícios proporcionados por este momento: tem crescido bem menos do que a média mundial e só este ano começa a dar sinais de estar saindo da letargia. Ainda assim, poderia estar crescendo muito mais se tivesse privatizado mais e se tivesse adotado uma política fiscal mais restritiva, que teria permitido uma política monetária mais expansionista. Esses pontos já abordamos anteriormente e podem criar sérios problemas a médio e longo prazos se não forem revertidos.
A maior vantagem do governo atual é não ter que enfrentar a oposição do PT, mas, por outro lado, fica obrigado a fazer concessões ideológicas ao partido, recusando-se a privatizar e adotando uma política fiscal frouxa para acomodar os “companheiros” nos cargos públicos.

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