A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 10

DIMINUIR A CORRUPÇÃO

O objetivo não é diminuir a corrupção, mas eliminá-la, embora isto não seja fácil.
Os malefícios da corrupção não podem ser medidos apenas pelos valores monetários subtraídos aos cofres públicos, pois eles vão muito além disso. A corrupção cria um ambiente de falta de moralidade que acaba permeando todas as camadas sociais. O exemplo tem que vir de cima. Se os altos escalões são corruptos, todos os cidadãos se acham no direito de também o serem e começam a procurar mecanismos que lhes permitirão levar algum tipo de vantagem, lícita ou não. Pior ainda é a impunidade dos corruptos, porque as pessoas acabam achando que o crime compensa. Mas nada é pior do que os dirigentes corruptos dizerem que a corrupção é normal, que sempre foi assim, que todos os governantes anteriores agiram assim sistematicamente, pois sinaliza uma legalização da corrupção, abre as portas para o roubo e o peculato. Isso desgraça o país.

Se não formos honestos, quem irá querer fazer negócios no nosso país, investir aqui ou comerciar conosco? Os maiores investidores serão os traficantes colombianos. Quem irá se esforçar para trabalhar se puder obter um ganho fácil em atividades ilegais? Só os que têm uma consciência muito pura ou os que não têm oportunidade de serem corruptos.
Precisamos implantar um ambiente de absoluta honestidade, mesmo que seja por interesse. Mas não deveria ser só por isso. Deveríamos pautar nossas ações pela escola dos princípios universais, que se baseia na existência de valores válidos em qualquer cultura e situação como a honestidade, a eqüidade, a justiça, o respeito, a liberdade de consciência, a verdade, o direito à segurança e o de propriedade. Sob este enfoque, os princípios tornam-se mais importantes do que suas conseqüências: se uma ação ou decisão viola um desses princípios ela é antiética, mesmo que não prejudique ninguém.
O PONTO DE PARTIDA CONSISTE EM INSTITUIR PUNIÇÕES PARA OS CULPADOS COM MECANISMOS DE JULGAMENTO RÁPIDOS E EFICIENTES. Outra providência é acabar, ou pelo menos limitar consideravelmente, o foro privilegiado, que é um convite à impunidade. A seguir, é preciso dividir o poder: está provado que quanto maior a concentração de poder maior a corrupção. Finalmente, uma verdadeira liderança criaria um ambiente propício à valorização da ética e da moral.
Enquanto isso não acontecer, continuaremos reféns das quadrilhas de malfeitores.

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