A INEFICIÊNCIA DO SETOR PÚBLICO – 9

REDUZIR O NÚMERO DE CARGOS COMISSIONADOS

A maior parte dos cargos comissionados existe ou para abrigar os cabos eleitorais e os companheiros políticos que não conseguiram se eleger ou para obter apoio no congresso. Eles aumentam o tamanho do Estado e, em conseqüência, os gastos públicos e os impostos, que prejudicam muito a competitividade das empresas e desestimulam os investimentos.
É preciso acima de tudo acabar com o nepotismo, o loteamento dos cargos e a nomeação de amigos e companheiros.
Alguém pode acreditar que esses cargos sejam preenchidos pelo mérito, a partir de uma avaliação séria dos candidatos?


O número exagerado desses cargos também contribui seriamente a descontinuidade administrativa do serviço público. Os projetos engavetados, as obras pela metade e os programas descontinuados são em grande parte conseqüência dessa falta de continuidade. Se os cargos fossem preenchidos pelos técnicos concursados com base no mérito de cada um, a partir de uma séria avaliação, a eficiência da máquina pública seria outra e a continuidade administrativa estaria praticamente assegurada.
A nomeação de 22.000 pessoas a cada início de mandato provoca ainda uma paralisia na máquina pública por vários meses. O atual governo, no segundo mandato, levou mais de nove meses para completar as nomeações!
A falta de competência das chefias é também, em grande parte, conseqüência desse exagero de nomeações para os cargos comissionados.
A única solução é abolir a maior parte dos cargos comissionados. Isto só não é feito porque a nomeação para esses cargos se constitui em moeda de troca para a obtenção de votos no congresso e nas eleições populares. Quem paga esses votos é o contribuinte por meio dos impostos. Além disso, a nomeação de companheiros para os cargos comissionados rende dízimos para os partidos do governo, que reforçam o seu caixa, contribuindo para sua permanência no poder, que é o que mais interessa aos governantes.
Seria preciso um governo com uma verdadeira liderança e uma ética irretocável para acabar com essa vergonha e reduzir o número de cargos comissionados para 10% dos atuais 22.000.
Em suma: é preciso instituir a meritocracia na administração pública da mesma forma que ocorre na maioria das empresas privadas.

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