O TAMANHO DO ESTADO

Um dos pontos críticos para a determinação do modelo econômico de um país é o tamanho do Estado.
Mostramos, nas primeiras postagens deste blog, como o setor público é menos eficiente que o setor privado para promover o crescimento.

Também mencionamos na postagem sobre o liberalismo e o socialismo que se o bem obtido pertencer ao que o produziu a riqueza será criada e aumenta sempre. Se o que for produzido tiver que ser entregue a terceiros, as pessoas param de produzir e a riqueza não aumenta. Esta é a razão do progresso mais rápido dos países que adotam a economia de mercado. Os socialistas crêem erradamente que a riqueza existe na natureza, que ela brota espontaneamente sem esforço, o único ponto a ser considerado é a sua distribuição.
Na realidade, é preciso distribuir, mas sem desestimular a criação, isto é, deixando a maior parte com aquele que criou o produto, ou seja, que gerou a riqueza. Nos regimes socialistas, as pessoas entregam o que produzem ao Estado, por isso produzem pouco.

Como não se pode deixar de distribuir alguma coisa e como existem atividades que podem e, em alguns casos, devem ser do Poder Público, o governo cria impostos, que retiram daquele que produz uma parte do que ele gerou para o país, mas, sendo inevitáveis, são aceitos pela sociedade. O problema consiste em dimensionar a carga tributária de modo a não desestimular a criação de riquezas. O tamanho dessa carga revela o tamanho do Estado. Se alguém tem alguma dúvida sobre o exagero da participação do Estado no Brasil, basta olhar a proporção dos impostos no PIB. Se tivéssemos menos impostos, certamente produziríamos mais e deixaríamos esses recursos nas mãos dos que têm condições de usá-los de forma mais eficiente para o crescimento. Além de gastar muito, o Estado gasta mal. A administração pública é incompetente, como demonstrou o diagnóstico da gestão da saúde pelo Banco Mundial. Os investimentos públicos estão aquém das necessidades do país e a dívida pública absorve poupanças privadas que estariam mais bem empregadas financiando o sistema produtivo nas mãos dos empresários. Para equilibrar o orçamento, o governo manda para a sociedade a conta da sua incompetência, aumentando seguidamente os impostos.
Um choque de gestão no setor público pode atenuar o problema, mas a solução só viria com a diminuição do tamanho do Estado. O Estado brasileiro não cabe no PIB do Brasil.
Infelizmente, os populistas estigmatizaram a privatização como nociva aos interesses do país, quando é exatamente o contrário. Já mostramos anteriormente por que os detentores do poder não querem privatizar. Privatizar significa apenas entregar a responsabilidade da gestão para um grupo que vai cuidar da empresa com mais interesse e eficiência, produzindo riquezas, reinvestindo, criando empregos e distribuindo os benefícios pela população. Equivale, na prática, a descentralizar, com os benefícios que resultam das decisões mais próximas da execução e do maior interesse dos gestores. Um Estado leviatã é intrinsecamente ineficiente, pela impossibilidade de se obter boa coordenação, controle e comunicação.

Um comentário:

Georges disse...

Alguns países tem o tamanho do governo não tão grande mas passam por dificuldades pelo fato do governo ser muito intervencionista. É o caso da Argentina, que toda a população está sempre comprando dolares para se proteger de viradas economicas. O Governo por seu lado tem muita dificuldade de implementar impostos. Então qual o tamanho ideal do Estado e qual o papel dele? Essas duas perguntas parecem chaves e geram toda a discussão possível.