O MEIO AMBIENTE E A ENERGIA ELÉTRICA

Dois fatores contribuem para o aquecimento do planeta: o ciclo natural da terra e a queima de combustíveis fósseis. A translação da terra em torno do sol se dá segundo uma elipse cujos eixos variam periodicamente de tamanho. Quando a elipse fica mais alongada, com aumento do eixo maior, ocorre uma era do gelo. Quando o eixo maior diminui, e a curva de translação se aproxima de uma circunferência, o planeta fica mais quente. Este é o ponto do ciclo que estamos vivendo no momento. Além do aquecimento normal resultante deste ciclo, temos o efeito estufa, causado pela queima de combustíveis fósseis. Não se sabe com precisão qual a proporção de cada um dos dois fatores sobre o aquecimento.
O fato de uma parte provavelmente significativa do aquecimento ser resultante do ciclo natural do planeta não significa que devamos deixar de lado a preocupação com o efeito estufa, porque é somente sobre este que podemos atuar.

Uma das dificuldades para atenuar o efeito estufa é, ironicamente, a atuação dos ambientalistas, que não têm uma visão holística dos problemas: parece que usam viseiras tal é a estreiteza da sua argumentação.
Vejamos o caso da geração de energia elétrica. Os ambientalistas combatem a construção de usinas hidrelétricas com grandes reservatórios, alegando que a inundação de áreas para a formação dos lagos das barragens, em virtude da decomposição dos vegetais submersos, gera a liberação de gases que contribuem também para o efeito estufa e que obriga a remoção de pessoas que habitam nas áreas inundadas. Podemos responder ao primeiro argumento lembrando que a remoção quase completa do material orgânico antes do fechamento da barragem elimina este problema e mesmo no caso em que isto não é feito a liberação dos gases só ocorre nos primeiros anos de formação do lago. A remoção de pessoas, inevitável em alguns casos, deve ser obtida com as devidas compensações pelos transtornos e danos causados. A grita contra os reservatórios chegou a tal ponto que estão praticamente descartadas as construções de barragens com grandes reservatórios. No entanto, são exatamente esses grandes reservatórios que equilibram o suprimento e a demanda de energia durante o período de estiagem. Não por acaso, o governo chama as grandes barragens no planalto central, construídas pelos governos anteriores, de caixa d’água do país. É impossível armazenar energia elétrica. O que se pode armazenar é água em cotas elevadas. A construção de barragens a fio d’água ou com lagos pequenos obriga a complementação da geração de energia com usinas térmicas, queimando combustíveis fósseis que vão contribuir para o efeito estufa. É isto que está ocorrendo no nosso país.
As usinas nucleares, uma boa alternativa, também são combatidas sob a alegação de insegurança e dos inconvenientes dos resíduos resultantes, apesar do aumento considerável da segurança dessas usinas. Os resíduos podem ser enterrados em locais isolados e a segurança é, atualmente, muito satisfatória. Finalmente, as usinas nucleares não contribuem para o efeito estufa.
As usinas eólicas e solares, defendidas pelos ecologistas, são, no estágio atual da tecnologia, muito caras. A energia aí gerada custa quase o dobro da que é obtida pelas usinas hidrelétricas. Devemos continuar construindo usinas eólicas e solares para fins de pesquisa e aperfeiçoamento da tecnologia. Além disso, elas serão muito úteis no futuro, mas não podemos contar com elas em grande escala no curto prazo.
O ideal, em termos de efeito estufa, seria voltarmos a construir usinas hidrelétricas com grandes reservatórios e complementar a geração com usinas nucleares.
Podemos concluir, portanto, que o maior empecilho para a diminuição do efeito estufa, no que diz respeito à geração de energia, é a atuação dos ecologistas.

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